Vivemos um momento que cobra posicionamentos políticos de todos nós, principalmente se formos personalidades públicas como políticos, artistas, pessoas que estão na mídia de alguma forma. No entanto, algo também tem se tornado comum, os linchamentos e cancelamentos não param. Então vamos tentar aqui desenrolar um pouco esse embaraço.
Para quem se dispôs a se aventurar por alguma linha de conhecimento científico não é novidade que conhecimento cientifico não tem tido muito relevância popular ultimamente. Isso piora quanto mais esse conhecimento caminha das ciências exatas rumo as não exatas e nesse sentido a corda só aperta mais e mais, e quando o assunto chega nas ciências humanas, em que os níveis de abstrações são bem altos, ainda mais nesses tempos obscuros que vivemos, esse conhecimento, para os leigos, não passa de uma “viagem errada” de um maluco qualquer, pois todos seriamos especialistas em estar vivo nessa sociedade, não é mesmo?
Pois, bem! A realidade é que de fato todos nós deveríamos ter um mínimo de instrução para compreender as nuanças da vida em sociedade e do politicar, já que são inevitavelmente questões que nos envolvem dá cabeça aos pés o tempo todo. Porem é fato que, na média, as pessoas estejam despreparadas para a realidade, e o principal motivo está na nossa negligência com essa área da vida.
Também é fato que as tensões sempre ocorreram e continuarão ocorrendo em meio as mentes mais brilhantes e dedicadas a compreender as questões de qualquer contemporaneidade. Porem isso não quer dizer que devemos simplesmente descarta-las. É preciso muito estudo e humildade para que não cometamos erros homéricos por pura ignorância.
O que me parece estar ocorrendo, é que estamos vivendo a era do “Efeito Dunning–Kruger”. Bem superficialmente falando, esse efeito é uma constatação cientifica que nos mostra que, quanto mais despreparados para um determinado assunto, mais confiantes ficamos para falar sobre o tema, estudo que ficou famoso por estudar um ladrão que pensou que ficaria transparente ao passar suco de limão na cara.
Vamos de relato pessoal então.
No início do curso de ciências sociais fiquei, digamos que, “emocionado” com o universo que se desnudava a minha frente, queria falar aos quatro ventos o que eu via, no entanto, em pouco tempo constatei a superficialidade de meus conhecimentos, a fragilidade da falta de preparo e o risco do não embasamento do não uso de fonte, o que de certa forma, me caiu como ancora diminuindo o ritmo da minha exposição “intelectual”.
Não é objetivo meu coagir ninguém a se calar, muito pelo contrário. Também faz parte dessa experiencia pessoal o retorno à ativa! E talvez, mas só talvez, eu possa aqui deixa para quem me lê a aprendizagem mais importante que considero ter adquirido nesse processo.
Demorou muito, mas parte da compreensão que produzir é necessário, não só para ajudar no processo de desenvolvimento pessoal, mas principalmente para ter parâmetros de avaliação dessa evolução intelectual. Ninguém nasce feito, e é por isso que hoje olho para meu passado, tão pouco precisaria ir longe, e poderia ter vergonha, na verdade, até tenho, mas também tenho muito orgulho de onde sai e onde cheguei, a caminhada diária de acertos e erros na vida, errando onde já não poderia mais errar, mas chegando no fim do dia feliz de pelo menos ter capacidade de reconhecer o quanto eu erro.
Portanto, permita-se errar para aprender, e sejamos mais gentis com pelo menos aquelas pessoas que demonstram interesse/potencial para crescer também. Não há dúvida que é tarefa difícil ser empático em meio a tamanha ignorância que estamos imersos, porém, é bem razoável pensar que a ignorância também parta de nós, lembre-se que mesmo as melhores mentes erram também, e possivelmente, boa parte do que você disser, por mais lucido que te pareça, esteja repleto de falhas, pontos de imprecisão. E nunca se esqueça de ancorar seu voo a humildade, pois só assim podemos nos prevenir de sermos amanhã o presidente que julga saber das coisas, mas não sabe nada, uma médica, fim de carreira, que queima o diploma por cinco minutos de fama, ou ser o tiozinho do zap que reproduz asneiras, em resumo não sejamos perfeitos “idiotas com suco de limão na cara”, “Dunning–Krugers”.
Licenciado em Ciências Sociais, graduado em Ciência da Computação, e um apaixonado por assuntos sobre a existência humana, suas organizações políticas, suas relações de produção e seus comportamentos em grupo.
Meu objetivo é observar, interpretar e propor análises sob a ótica da Sociologia, Antropologia e Ciência Política, usando os meios tecnológicos como princípio de interação social contemporânea.