Era só um congresso sobre educação em ciências. Parece que falhamos. Por isso eu queria começar o meu texto sobre Chico e ser esperança de que amanhã há de ser um novo dia, outro dia e nos congressos de educação em ciências louvaríamos as nossas vitórias sobre o alfabetismo científico. E, assim, continuar a luta para além dos perversos.
Foi Popper que me introduziu à epistemologia da Ciência quando, nos longínquos 2011, eu embarquei na viagem da inquietação. Foi uma pergunta, bem simples até, que a minha professora de Introdução à Ciência fez durante todo o curso e – ouso dizer – que ecoou por toda a nossa vida: “Mas, o que é ciência?” Ora, o que é ciência. Embarcamos, portanto, nessa viagem sem fim. Durante a viagem esbarrei em Popper três vezes. Três grandes lições.
“Por que você não tenta poesia?” Foi o que ele me perguntou sem rodeios numa noite em que eu drenava, a conta-gotas, meus sentimentos. Respondi, não sem um pouco de melancolia, que não sabia as regras, recordando todos os versos que li e que me transportavam para o sublime. “Não precisa de regras”, a tréplica veio contundente. Como não precisa?