Porque Bolsonaro conquistou a simpatia de tantas pessoas?
Pontos surgem à primeira vista, no entanto logo passam a não faz muito sentido.
Vivemos tempos difíceis, criou-se ao longo de décadas a rixa que separa os brasileiros em dois lados. Lados estes não muito bem definidos, visto que não apenas separa dois irmãos, ou pais e filhos, mas também separa cada um de nós internamente, e cria enormes rachaduras em nosso código social/moral quase impossibilitando o discernimento entre certo e errado.
O que mais assusta é, como pessoas que considerávamos como razoáveis, apoiem um projeto de ditador que me diz coisas como: “bandido bom é bandido morto”. É como se, essas mesmas pessoas, não vissem dentro de suas casas, entes queridos que tenha andado por caminhos tortos e que em algum momento da vida tivessem feitos escolhas erradas, como se nunca ninguém regressou desses caminhos e ressurgiu para a vida com nada mais que cacos de si. E muitos desses apoiadores, ainda se dizem cristãos.
O fato é que isso também não nos surpreende. Temos a cultura de colocar panos quentes em tudo e varrer para baixo do tapete aquilo que não nos agrada ou não nos serve mais. Damos novos nomes para as coisas, porque palavras assustam. Nós BRASILEIROS temos que manter os títulos de povo mais caloroso, receptivo e pacífico, só não sei para quem.
Para nossas guerras damos nomes bonitos como: revoluções, revoltas, intentonas, rebeliões e assim por diante. Para os marginalizados, que não há palavra mais adequada em sua integra, colocamos conotações mais agressivas, pois é conveniente que eles permaneçam às margens, e às margens chamamos de favela que é um nome bonito para dar ao lar desses que não temos interesses em integrar na sociedade.
Esse é o Brasil minha gente.
País que teve sua própria versão espartana de alicerces usando indígenas, os verdadeiros donos dessa terra, e o negro africano como argamassa de suas fundações. Logo proclama-se a república, usando a “versão francesa de Esparta”, como lema na bandeira a prova da dominação de classes. Para ter progresso é preciso ter ordem, e para ter ordem precisa de uma classe dominante “minoritária não se esqueça disso”. É nesse momento vejo que não são apenas décadas de divisão, mas séculos apenas em nossa pueril história brasileira.
Então façam isso! Matem os marginalizados, negros historicamente usados e descartados quando convenientemente, não há novidade alguma nessa barbárie. Porque, bandido bom é bandido morto.
Ainda há muito o que dizer e refletir, mas com tristeza, a única explicação plausível para afinidade com o ‘Coiso’ é a superficialidade dessas pessoas, agindo puramente por emoção, ódio, cooptadas por discursos vazios, delírios e falsos moralismos.
A princesa Isabel passou cheque sem fundo, enganando todo mundo, enganando todo mundo... salve salve Carlos de Assumpção.
Licenciado em Ciências Sociais, graduado em Ciência da Computação, e um apaixonado por assuntos sobre a existência humana, suas organizações políticas, suas relações de produção e seus comportamentos em grupo.
Meu objetivo é observar, interpretar e propor análises sob a ótica da Sociologia, Antropologia e Ciência Política, usando os meios tecnológicos como princípio de interação social contemporânea.